Mea Culpa

Por entre a turba,
enlouquecido, buscava
os olhos de minha morte.

Em mim, calado,
Vociferavam idéias infames.
Me faltava calma,
Me sobrava culpa.

O vil “modus operandi”,
sempre.
Ali, a metros de mim,
Meu destino…

Tocam, ecoam…
É chegada a hora,
“Mea culpa”,
Me entrego…

De minha sorte, o tempo
De minha morte, os olhos.

=Dom

Sumiu-se o desgraçado

Não tinha estrelas, o céu.
Jazia numa escuridão estranha,
Quase achei que fosse noite.

Não era noite, apenas faltava-me o sol.
Embrenhara-se por entre as nuvens e sumira
Saudades do desgraçado.

Mas de todo, a maior dor não foi sua falta.
Latejava-me a alma, de fato
o escuro que ainda estava por vir.

=Dom